Primeira vez: 7 situações sexuais que vão além da perda da virgindade

15Você pode até ter perdido a virgindade há muitos anos, mas a maturidade sexual é o ápice de uma longa – e, com sorte, prazerosa – estrada. Na adolescência, ninguém conta pra gente que a vida adulta reserva ainda um monte de “primeira vez”. Conversamos com especialistas no assunto sobre o que acontece quando você…

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 …FICA UM TEMPÃO “FORA DA PISTA”

Aquele hiato entre uma relação e outra – ou entre uma decepção e outra, em muitos casos – é supersaudável para repensar os rumos da nossa própria vida afetiva. Fica mais fácil entender o que queremos e o que não gostamos em relacionamentos, mas atire a primeira pedra quem nunca se sentiu “enferrujada” na hora de voltar à ativa. “Quando a gente vai transar pela primeira vez com alguém, considerando que você não sabe o que a pessoa gosta e vice-versa, é fundamental prestar atenção em que como ela reage a cada investida sua. Do mesmo jeito, não adianta esperar que o outro tenha uma bola de cristal para fazer você gozar horrores. Sinalize sempre! Vale falar, gemer e abusar da linguagem corporal para mostrar o que te traz mais prazer”, aconselha Nathalia Ziemkiewicz, jornalista pós-graduada em educação sexual e idealizadora do blog Pimentaria.

Como o sexo não é uma ciência exata, não há fórmula que funcione com todo mundo. Partindo dessa premissa, a insegurança diminui muito. Não custa lembrar que quem está ali com você também tem mil encanações e receios quanto ao próprio desempenho sexual, mesmo que disfarce bem. Respire fundo (literalmente) e coloque o foco nas trocas. Cada encontro entre duas pessoas é único. Fuja das comparações.

…TENTA RESSUSCITAR UMA VIDA CONJUGAL MONÓTONA
Qualquer relacionamento longo está sujeito a fases de “seca”. Se o seu não anda lá cheio de atração, aventura ou emoção, isso é perfeitamente normal. Poucos casais assumem, mas, por uma razão ou outra, muitos acabam deixando o sexo de lado por longos períodos e isso não significa que a vida sexual de vocês seja irrecuperável. De acordo com Carmen Janssen, psicanalista e membro da Sociedade Brasileira de Estudos em Sexualidade Humana, recuperar o tesão depende da boa vontade de ambos os lados. “Antes de partir para o sexo, o casal precisa estar em harmonia na organização da vida diária, fazer atividades prazerosas juntos, viajar, namorar. Reconstruir a vida sexual demanda momentos de intimidade a dois: o casal precisa aprender a se reconectar sexualmente para transar.”

Para Nathalia, amor e tesão são duas necessidades humanas fundamentais e muito contraditórias: você quer que o outro te dê estabilidade, mas que não seja previsível e entediante. “Temos expectativas demais, atitudes de menos. É sempre o outro que não toma iniciativa, que não tem pegada, que não surpreende. O casal se julga íntimo porque faz xixi de porta aberta, mas é incapaz de compartilhar fantasias sexuais e assistir um pornô juntos, de assumir que não gozou em vez de fingir, de procurar um médico para tratar ejaculação precoce. Intimidade é sexo oral: precisa falar sobre sexo!”

Que tal investir esforço, tempo e dinheiro para manter a vida sexual sacana e bacana? Escolher um vinho, ler um conto erótico para despertar a imaginação, sair para jantar, viajar ou ir a um motel, beijar de língua (coisa que se perde na rotina), dançar, trocar massagens, entrar realmente em contato com o outro. O tesão oscila durante o tempo, mas é possível mantê-lo se vocês se dispuserem. Juntos.

… TERMINA O RELACIONAMENTO E ACABA VOLTANDO

Para Janssen, é normal o casal se sentir meio inadequado para o sexo depois de muito tempo separado. O mais importante é o espírito “vamos nos permitir”: não se cobrar demais, lembrar das formas como o outro gosta de ser tocado e de como vocês já sabem se dar prazer. Assim, aos poucos, os dois vão se sentindo mais à vontade para soltar a criatividade quando a transa acontecer.

As mágoas também são inimigas do prazer. Elas são brochantes em todos os sentidos porque interferem no tesão, na concentração, na capacidade de relaxar, de dar e receber prazer. “A gente não tem que fazer sexo para ficar bem, mas quando está bem. As brigas e separações tendem a criar uma distância física literal: paramos de nos beijar, de nos abraçar, de nos tocar. Recuperar essa proximidade aos poucos, com tato e delicadeza, me parece mais eficaz do que simplesmente transar para tentar uma reconciliação”, explica Nathalia. Essa “reconexão” é o que ajuda a acalmar a raiva, a compartilhar as vulnerabilidades do casal e a contornar os motivos do rompimento. Não adianta se pressionar se você ainda não se sente legal ou interessada em transar. Vai tomar um vinho com ele, assistir Netflix juntos, voltar a dar risada, dormir de conchinha… Nesse contexto seguro e mais leve, o sexo ressurge com mais qualidade.

…VOLTA A TRANSAR DEPOIS DE TER UM FILHO

Retomar a vida sexual depois do nascimento de um filho é um grande desafio. Primeiro porque os hormônios responsáveis pela produção de leite podem derrubar a testosterona, nossa faísca do tesão. Segundo porque existem várias inseguranças em relação ao ‘novo’ corpo. Terceiro – e talvez o mais importante – porque nesse período a mulher mal tem tempo de tomar banho sossegada e dormir bem. O quadro parece bem dramático já que, em geral, a última coisa em que uma nova mãe pensa é sexo ou na sua primeira vez no ato. E lá está o outro, se sentindo “rejeitado” porque as atenções estão todas voltadas ao bebê.

Para Nathalia, sem intimidade, parceria e muito diálogo, a coisa não desenrola. “É importante pedir honestamente para o outro ajudar você a resgatar a sexualidade, a faceta ‘mulher’ e o desejo. E tem que se disponibilizar para que o tesão aconteça, não ficar esperando que ele caia do céu enquanto você troca fraldas. Esqueça o velho mito do sexo espontâneo, tão fácil no início das relações”, aconselha a especialista.

Experimente, de vez em quando, deixar o bebê com alguém de confiança e sair com o parceiro desse contexto por algumas horas. Jantem em um lugar gostoso e escapem para um motel, mesmo que você não esteja se corroendo de tesão. Os lubrificantes são amigos nessa hora, porque muitas mães sentem incômodo e ressecamento vaginal durante a retomada da vida sexual. Ainda está desconfortável com uma cicatriz, com um inchaço ou novas dobrinhas? Transe de luz apagada ou apenas com o abajur aceso. E avise que talvez ele precise demorar um pouco mais nas preliminares.

…ESTÁ ENROLADA COM ALGUÉM MUITO MAIS EXPERIENTE

“Deduzir que uma pessoa mais ‘rodada’ será necessariamente boa de cama é um equívoco”, garante Carmen. Muita gente transa durante anos e nem sempre se desenvolve no quesito interação sexual. Pode acreditar!

Fora isso, não dá para colocar alguém no pedestal se vocês ainda nem transaram. O melhor é relaxar e se apegar a alguns pensamentos mais agradáveis, tipo a possibilidade de que essa pessoa mais experiente conseguirá deixá-la mais à vontade na cama. Se ela souber conduzir o sexo com delicadeza, a sorte continua sendo sua. Em matéria de “primeira vez”, a gente nunca sabe o que vai acontecer, independentemente de experiência, idade, corpo, beleza.

De novo, é preciso lembrar que não somos iguais e cada corpo reage de um jeito a novos encontros. Nathalia ressalta que você pode ter transado com duas pessoas na vida, jamais ter testado as posições do Kama Sutra, e, mesmo assim, ser muito observadora, curiosa e interessada no outro. Essa, sim, é uma receita de sucesso na cama.

… TOMA UM PORRE MEMORÁVEL E TENTA TRANSAR

É impressionante o que umas tacinhas a mais podem fazer com a nossa inibição natural. Aquele passo de dança mais ousado, aquela entrega na cama digna de deusa do sexo, aquelas… náuseas-surpresa.

Pois é. Na contramão do empurrãozinho psicológico que um porre pode dar para a transa, a verdade é que ele não ajuda muito a parte física da coisa. Assim como eventualmente prejudica a excitação ou a ereção masculina, o álcool pode acabar atravancando a lubrificação vaginal e retardando os seus orgasmos. “Se você ainda quer esconder que está bêbada, vai ficar difícil. Que tal deixar para um outro dia? Porque transar fingindo que está tudo bem quando não está pode trazer frustração”, ressalta Carmen. Caso você esteja realmente no pique de transar bêbada, pode tomar um banho antes da cama para se recompor e aproveitar o momento ao máximo, já que o grande motivo para transar é curtir o outro e o seu corpo. Assim, essa “primeira vez” vai ser mais prazerosa.

… TRANSA COM OUTRA MULHER PELA PRIMEIRA VEZ

Independentemente do gênero do parceiro, a primeira vez com uma pessoa sempre traz alguma ansiedade, como tudo o que é novo na nossa vida. São velhos medos para novas situações: receio de não saber muito bem o que fazer, constrangimento, eventualmente aquela culpa. O que costuma estar por trás de tudo isso são os tabus, e tabus não são bons convidados para dividir a cama. “Muita gente acredita que esse paradigma é superrecente, atual, mas pesquisas científicas da sexologia demonstraram que as preferências afetivas e sexuais das pessoas podem transitar entre hetero, homo ou bi, ao longo da vida. Em outras palavras, quem transa com alguém do mesmo gênero não necessariamente precisa repensar em como categorizar a própria sexualidade. Uma mulher transa com outra hoje e pode ser que amanhã se apaixone por um homem. É natural”, esclarece Carmen.

Para Nathalia, é importante não perder de vista que o seu corpo tem a mesma capacidade de sentir prazer, não importa o gênero de quem está tentando proporcionar orgasmos. “O resto é repressão cultural. Beijar na boca, ter o clitóris massageado, ser penetrada por dedos ou vibradores continua sendo uma delícia. Agora, o novo sempre pode soar estranho. Respeite os seus limites – por exemplo, você não precisa fazer sexo oral nela se não se sentir à vontade de primeira. Da mesma forma que você não precisa fazer nada de primeira com um cara se não estiver muito tranquila em relação a isso.” Você precisa estar confortável.

A vantagem é que, por termos a mesma anatomia e fisiologia, a gente tende a acertar mais fácil os pontos e a forma de estimulá-los. Experimente fazer nela o que você curte que façam em você.

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